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[DIA 2] Semana Fotolivros | “59 – Retratos da Juventude Brasileira” e “Fissura”

FotoRio Virtual 2020 | “59 – Retratos da Juventude Brasileira” de Edu Simões “Fissura” de Gui Christ . Apresentação: Nana Moraes Comentários: Milton Guran e Denise Camargo

Sobre 59 – Retratos da Juventude Brasileira: A juventude negra brasileira está sendo exterminada. Recentes estudos sobre a violência no Brasil, compilados no Mapa da Violência, revelam um número assustador: 59 jovens negros são assassinados todos os dias. Não, esses jovens brasileiros não são invisíveis.

É o que o fotógrafo Edu Simões decidiu mostrar, viajando pelo país para retratar jovens das periferias de diversas cidades, como Belém, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, dando corpo a esta cruel estatística. Busca, com isso, dar visibilidade a essa intolerável realidade brasileira, herança de uma política de apagamento social, como sublinha a pesquisadora, escritora e ativista Juliana Borges, importante voz no debate contemporâneo e que apresenta em “59” um iluminador texto sobre o contexto histórico da violência contra negros no país. Cristianne Rodrigues, experiente curadora de fotografia, brasileira radicada em Paris, onde realizou diversas exposições como curadora da Maison Européenne de la Photographie (MEP), entre outras instituições francesas, apresenta um surpreendente panorama da representação da população negra na iconografia ao longo de quase duzentos anos, analisando como a contribuição de Edu Simões apresenta esses jovens negros de outra forma: altivos, resistentes, com identidades e subjetividades. “Gravados no centro da imagem, em pé, de corpo inteiro, silenciosos, são eles que nos olham nos olhos”, destaca Cristianne.

Sobre Fissura: é um diário de campo em uma das regiões mais temidas do país, no qual o fotógrafo Gui Christ dedicou mais de dois anos de trabalho traçando a relação entre a deterioração do que já foi o bairro mais nobre de São Paulo com os motivos que levam diariamente milhares de pessoas as ruas da região em busca de drogas.

Diferente da narrativa contada pela sociedade, Christ mostra que as origens das rachaduras encontradas nas paredes dos antigos palacetes transformados em hotéis de crack e as feridas abertas nas peles dos usuários de droga que por ali moram, tem a mesma origem, a fissura social criada por um sistema econômico que exclui e penaliza tudo aquilo que não o interessa.

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