Casa da Escada Colorida
Abertura: 9 de Novembro às 18 horas. Exposição de terça a domingo. Horário: 11h às 19h.
Este é um projeto sobre a vida.
Se tudo que fazemos na vida é atravessar abismos, este projeto é sobre pontes.
Pontes de palavras e imagens, pontes de busca por entendimento. Pontes
sobre o Atlântico.
É um projeto que fala sobre a minha família, mas poderia falar também da sua.
A história se desenrola a partir de um segredo. Um segredo de avó para neta. O
que é que na história de uma vida deve ser lembrado e o que deve ser
esquecido? Como curamos traumas pessoais, familiares e coletivos?
Uma vez ouvi numa palestra do intelectual paulistano José Fernando Peixoto de
Azevedo que “o transe pode ser vivido como uma forma de convívio entre o
presente e o passado. Uma presentificação do passado, que se dá como uma
conversa que atravessa corpos. Quando você vive uma experiência de transe,
você escuta vozes de um passado que voltam, porque reclamam justiça.”
Um segredo comunica algo indizível, mas se sou eu a portadora dele, devo
revelá-lo? Sob que circunstâncias?
A partir de um ponto de vista entre-mundos, o que pode vir à tona quando
estamos à procura de nós mesmos?
Comentário de Marina S. Alves
Um homem sentado em um banco segura uma fotografia em preto e branco emoldurada, exibindo-a. Ele encara a câmera e sorri num gesto que demonstra cumplicidade. Atrás deste homem, vemos o retrato do rosto de uma mulher com uma expressão séria. Ela também encara a câmera fotográfica. O retrato desta mulher em preto e branco está impresso em um voal pendurado entre o homem e uma árvore. O rosto no voal carrega para narrativa a transparência necessária aos atravessamentos do tempo e da tecnologia. Esta mulher e este homem se parecem. Vemos nos traços de um as marcas da continuidade do outro. Começamos a enxergar nas semelhanças as vigas das pontes que atravessam os abismos do tempo. Terra batida, árvores, casas simples de diferentes cores, três crianças que observam o registro acontecer. A foto emoldurada, o homem, a mulher, Aline. Reencontros possíveis reunidos através da fotografia-ponte.
A sequência de cinco fotos apresentadas nessa exposição representam um projeto maior de imersão profunda da artista niteroiense Aline Motta na sua memória e de sua família. Através dela temos a oportunidade de ser colocados frente a frente com as consequências do processo escravocrata do Brasil para a população afro-brasileira e africana. A antiga política do separar para destruir. Do invisibilizar para esquecer. Ao mesmo tempo, podemos observar a habilidade da artista em reconstituir seu passado unindo-o ao presente através da poesia, da arte-ponte.
Se de acordo com o ditado, exaltado pelo povo de santo, que diz que Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje, é possível dizer que com este trabalho, Pontes sobre Abismos, Aline também acertou ontem o que mirou hoje.
A foto saiu em cor.
Marina S. Alves
Abertura: 9 de Novembro às 18 horas. Exposição de terça a domingo. Horário: 11h às 19h.
Abertura: 11 de Novembro às 16 horas, seguida de encontro festivo. Exposição de terça a domingo. Horário:11h às 19h.
Abertura 11 de Novembro às 16 horas, seguido de encontro festivo. Visitação de terça a domingo. Horário: 11h às 19h.
A Aliança Francesa apresenta a exposição “O Caminho”, das artistas Pauline Rousseau e Kamila K Stanley. A abertura dia 16 de novembro (quinta-feira), às 18h30, na galeria da Aliança Francesa Botafogo. A exposição faz parte do calendário oficial da 16a edição do FotoRio.
A Aliança Francesa apresenta a exposição “O Caminho”, das artistas Pauline Rousseau e Kamila K Stanley. A abertura dia 16 de novembro (quinta-feira), às 18h30, na galeria da Aliança Francesa Botafogo. A exposição faz parte do calendário oficial da 16a edição do FotoRio.
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